de silabas de letras de fonemas
se faz a escrita. não se faz um verso.
tem de correr no corpo dos poemas
o sangue das artérias do universo.
se faz a escrita. não se faz um verso.
tem de correr no corpo dos poemas
o sangue das artérias do universo.
cada palavra há-de ser um grito.
um murmurio um gemido uma erecção
que transporte do humano ao infinito
a dor o fogo a flor a vibração.
a poesia é de mel ou de cicuta?
quando um poeta se interroga e escuta
ouve ternura luta espanto ou espasmo?
ouve como quiser seja o que for
fazer poemas é escrever amor
a poesia o que tem de ser é orgasmo.
Ary dos Santos
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