30.11.07



Frederico Ferreira: à flor da pele

por Inês Andrade


Frederico Ferreira é escultor e, este ano, concebeu as máscaras para a tour “Sound in Light” dos Blasted Mechanism.

Licenciado em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes do Porto, Frederico considera que “ as minhas peças são vitais para mim e presumo que um reflexo natural da minha pessoa”.

A oportunidade de colaborar no projecto dos
Blasted Mechanism surgiu de “um acaso do destino” visto que o mentor do grupo, Valdjiu, lhe telefonou por engano para o telemóvel e partir daí criaram uma “relação muito frutuosa”. “No momento desse contacto os Blasted já possuíam ilustrações da sua nova imagem realizados pelo ilustrador Ricardo Venâncio. A partir dessas imagens realizei a concepção plástica dos fatos tendo tentado dar plasticidade e vida a uma estética que curiosamente tem muito a ver com o meu imaginário, tendo resultado assim num trabalho extremamente gratificante a vários níveis.”

" A ligação às artes surgiu duma maneira muito natural". Optou pela área artística no último ano do secundário, até aí, o percurso académico esteve associado à engenharia, nomeadamente mecânica. O cariz tecnicista do agrupamento proporcionou-lhe conhecimentos fundamentais que transparecem no seu trabalho actual.
A aprendizagem real e a afirmação como artista no meio começaram fora da faculdade:" aprendi “TUDO”, aprendi a importância de vivermos abertos para recebermos o mundo e ficarmos agradecidos por isso".
Receptivo à mudança e à inovação Frederico desde cedo participou em exposições colectivas nos

O lançamento da sua obra levou ao reconhecimento do seu potencial. Em 2005 ganhou o 1º prémio no Concurso Nacional de Escultura Art’s Business & Hotel Center, em Lisboa, com a escultura Silent Blow, uma metáfora do seu voo como artista: "Silent Blow ou sopro silencioso remete-me para a possibilidade de elevação através de uma brisa silenciosa que nos faz pairar acima de algo terreno". A escultura é" uma evolução natural de uma sela de montar da qual se desenvolve um par de asas que a qualquer momento nos permitirá essa elevação".

Esta consagração definiu os traços actuais da sua obra, orgânica, sensual, descomprometida; "onde a ideia e as imagens mentais regem totalmente o seu trabalho". "Tudo é realizado em função de um imaginário que aos poucos" vai "conhecendo melhor", assim, "os materiais vão-se seleccionando e organizando criando uma forma funcional que se aproxima da imagem mental original".

Mas esse imaginário não se entrega só a peças a fluidas e suaves. A colecção Interfaces, exposta em 2005 na
Este registo, esta "motivação de reflectir sobre a capacidade de potenciação que os
instrumentos tecnológicos nos permite está", também, presente no seu trabalho. Na peça
“The Possibility of Death at Your Own Fingertips”, um volante dum automóvel onde se fundem dois revólveres, Frederico aposta numa reflexão sobre a tecnologia como prótese do ser humano.

Actualmente
Frederico, 30 anos, vive e trabalha no Porto, alternando em visitas a Lisboa. Lecciona Desenho e Figura Humana no curso de Design de Moda e é professor de Design Básico no Citex.
Colabora na galeria Exteril, uma criação de Teixeira Barbosa à qual pertencem 18 artistas.
No próximo dia 15 a
Exteril vai organizar o evento 15’m de fama, no qual Frederico terá 15 minutos para montar, apresentar e desmontar um projecto.

uma mulher é ser de pouca fala, como se quer, parideira e calda, explicava o meu pai, ajeitada nos atributo, procriadora, cuidadosa com as crianças e calada para não estragar os filhos com o seus erros (...)
la hembra
condenadas à inferioridade, á fraqueza. um corpo que as obrigava, sem falta, a uma maleita reiterada, como um inimigo habitando dentro delas, era o pior que se podia esperar, um empecilho de toda a perfeição, e tão belas se deixavam quanto doloridas e acossadas, por isso eram instáveis, temperamentais, aflitas de coisas secretas e imaginárias, a prepararem vidas só delas sem sentido à lógica, tinham artefactos e maneiras de parecer gente sem querem perder tudo o que deviam perder, eram, como sabíamos bem, perigosas.

in remorso de baltazar serapião
(valter hugo mãe)

29.11.07

caça às bruxas

dia 1 de janeiro de 2008 entra em vigor a proibição de fumar em locais fechados.
o que me espanta não é a extravagância do acto em si. duas coisas me parecem muito piores. em primeiro, a facilidade com que em todo o ocidente o estado resolveu intervir na vida privada de cada um negar radicalmene o direito de propriedade (ipedindo, por exemplo, que se criem restaurantes de fumadores), sem um protesto sério em parte alguma, em segundo lugar, a rapidez co que o fumador foi socialmente estigmatizado e o vício de fumar ( há 20 anos, normal e aceitável) se tornou quase o que era antigamente uma blasfémia, uma profanação ou uma heresia. isto não anuncia nada de bom. ´(...) já se viu que o poder do estado para converter a populaça ao objectivo tenebroso de melhorar o homem é hoje ilimitado. a metamorfose das democacias do ocidente em totalitarismos de uma nova espécie não incomoda ninguém para hitler (que nao fumava nem bebia) o alemão perfeito não andava longe do perfeito espécime do ocidente contemporãneo. imagino muitas vezes quem, de facto, quererá este mundo sufocante, asséptico, obcecado com a "saúde"? gente, como é óbvio, com pouca imaginação.

Vasco Pulido Valente Público 9.11.07

a busca ao paradigma exemplar do homem perfeito nao pára.
a oferta constante duma vida regrada, disciplinada que trará longevidade é perigosa
além do tabaco, do alcool, das drogas, da obesidade há também

orgulho hetero da tagus
ou diremos antes
orgulho de ser homofóbico

o que se passa?
será que este tipo de comportamento passou a ser de tal modo aceitável que uma empresa consiga conceber a ideia de que a imagem projectada da marca vai melhorar?
é necessátio redefinir valores, perderam-se, e perdeu-se a garra de lutar por tais valores.
todos escrevem, todos são "livres de se mnaifestar contra ou a favor" deste tipo de campanhas, mas na aldeia global em que vivemos essa liberdade dipersa-se no maior meio de comunicação: a internet.

o contacto e a comunicação estão num limite nunca antes visto e a informação é ilimitada. as pessoas isolam-se e a individualidade torna todos estes acontecimentos obsoletos e reversíveis

"escrevi este livro na felicidade louca de escrevê lo"