A ouvir Mayra Andrade numa manhã de férias, mais trabalhosas do que o próprio labutar. Dançar de pés descalços na mármore fria e sentir, envergonhada, a face mais animalesca e literalmente bestial da minha existência. Tenho de transpor essa barreira e garantir uma aproximação do que é conceptualmente humano e que permite elos com algo mais deles, os humanos, e menos meu. Hipocrisia, talvez, mas eu ou eles?
"Mórna k-um konxéInda mininu na regasu Na óra di dispidida um kré també Uvi-b oh morna !Bo seiva,Invadi-m nha korasom sem limit."
Lá continua ela a cantar, menos humana e mais divina. Sagrada companheira das horas solitárias: as melhores mas incompletas. Rodear me de sons e de flores, cobrir me de vantagens e planos sonhadores, sempre possíveis para mim. Delirar comigo e com o outro e com mais alguém, com quem entra e tem coragem para ficar, com quem sai desprovido de vontades de guerrilha e naufrágio.
Contextos atrás de contextos, estórias atropelam se e esquecem se de formar história... e eu, arrebatada no meio disto, mantenho me sem me recolher, masoquista dum restolho que adivinha um início.
Confiro um sentido em papel, lista e agenda, materializo o melhor de mim em post its e mensagens de rua. Rabisco aqui e dentro de mim a "inês das mil e uma verdades" e a inês das mil uma certezas. Fica por saciar a inês dos mil e um mimos.
Embriagada de mim fico por aqui, e fica por entender " a inês".
Monólogos também não ajudam. São muito subjectivos. *
ResponderEliminarOs monólogos são ideais para quando são raras as pessoas com quem vale a pena dialogar.
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