(comentário)
por Rui David Dias
Tenho pensado muito nesta questão. Porque andam os loucos hoje tão bem informados? Por serem loucos? Ou foi a informação que os enlouqueceu? Uma coisa é certa: a demência não impede um discurso articulado e crítico sobre o mundo. Impedi-lo-á a sanidade?
Quando não estamos informados, é sinal obvio que determinada informação sobre um assunto não nos chegou, e nesse momento permanecemos cheios. Digo cheios pois á medida que recebo mais e mais infomação sinto-me a tornar vazio, como que cada informação não me fosse adicionar nada mas sim retirar. Retira me a leveza que tenho quando permaneço conscientemente inconsciente. Gosto da sensação de estar inconsciente de viver na emoção, e cada vez mais procuro não me informar, não nas coisas mais profundas do ser em cada um de nós, mas nas coisas mais superficiais que com todos os dias somos atordoados. Coisas inuteis que guardamos todos os dias no pensamento e que todos os dias voltamos a guardar. Dou graças por adormecer todos os dias e nesse processo matar a informação, em cada dia cultivo a ideia que nasci de novo, tenho sempre consciencia do dia anterior, mas tento com que esse dia anterior, que já não existe, me manipule o dia em que estou a existir. O louco tem razão “Acabaremos também por ir lá parar!”,mas, enganou-se na frase "já estamos lá", não é iraque, mas estamos todos os dias em sacos de plástico mesmo sem estar-mos mortos, mas vivemos mortos quando num acto de protesto, ninguem protesta contra ele, por mais que fosse "esteja calado, quero dormir a caminho do trabalho."
Vivemos em sacos de plástico e ainda sobre a lei da fotográfia, e vamos continuar a viver porque esquecemos nos todos os dias que para além da visão e da racionalização existem milhões de formas de absorver o mundo, digo absover e não entender, entender significa racionalizar logo controlar e para mim obsessão de controle é puramente medo.
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