a insustentável leveza do ser
E é ano novo há 7 dias. Assim como deus, já tivemos tempo de criar o mundo. Agora a sério vamos perceber que o ano novo é uma desculpa para tentar renascer.
Quando era miúda desenhava à vista horas a fio. Era mesmo difícil que ficasse perfeito, e se o desvio do original fosse irremediável amarrotava a folha e começava do início, assim como o ano novo. Amarrotamos 2008 e juramos que durante os próximo 365 dias vamos apagar uma linha e aplicar uma cor mais apropriada às aspirações.
Eles achavam que eu mentia, que copiava por cima. E ainda bem que não fui perfeita, porque a sobreposição dos esquissos comprovavam a minha arte. E de repente todos queriam um pedacinho do meu dom tão ternurento para uma menina tão pequenina e até então tao mentirosinha.
Este ano vou ser feliz na mesma. Vou ser feliz só por ter de apagar tantas vezes a nuvem demasiado assustadora ou a árvore desproporcional. Vou praguejar e encher os ouvidos de queixumes, bocejos e desisitir de mim uma e outra e mais outra vez. Para no fim, aceitar de novo que fiz mais um desenho, e que ficou quase igual.
Vou encher o meu peito para enaltecer as minhas qualidades e todas as horas desesperantes vão ser leves.
Enquanto o meu fim de ano se basear em "eu fui mais do que achei que ia ser", vou ser feliz.
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"escrevi este livro na felicidade louca de escrevê lo"
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